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Instalado em Rondônia, Forte Príncipe da Beira deve virar patrimônio mundial


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O potencial histórico e cultural do Forte Príncipe da Beira, na fronteira de Rondônia com a Bolívia, será avaliado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para ser transformado em patrimônio mundial. O forte está instalado na cidade de Costa Marques (RO).

Para viabilizar o processo, uma equipe de especialistas em fortificações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizará, na terça-feira (10), uma visita técnica ao forte para verificar as condições de conservação da estrutura e fazer relatório que balizará as discussões nas oficinas onde será eleita uma comissão que vai gerir a candidatura do forte a patrimônio mundial.

Delma Batista, superintendente do Iphan em Rondônia, explica que o Forte Príncipe da Beira compreende um conjunto de 19 fortes que podem ser elevados a patrimônio mundial.

“A avaliação vai ser feita pela Unesco. O processo de candidatura será concretiza até dezembro”, explicou.

 Forte foi construído na fronteira com a Bolívia (Foto: Rede Globo/Reprodução)

Forte foi construído na fronteira com a Bolívia (Foto: Rede Globo/Reprodução)

Uma das integrantes da comissão que visita o Forte Príncipe, Sônia Rambin, da coordenação de educação patrimonial do Iphan, diz que uma vez transformado como patrimônio mundial, o forte deve ser incluso em um plano gestor para que contribua no desenvolvimento da região em que está instalado.

 Equipe do Iphan que fará visita técnica ao Forte Príncipe da Beira nesta terça-feira, 10 (Foto: Toni Francis/G1)

Equipe do Iphan que fará visita técnica ao Forte Príncipe da Beira nesta terça-feira, 10 (Foto: Toni Francis/G1)

“Deve-se avaliar o que se pretende fazer do forte. Dentre os 19, o Forte Príncipe é o maior e tem um histórico diferente, por causa da localização que é área de fronteira”, salientou, acrescentando que, se for considerado um patrimônio histórico da humanidade, ele ganhará reconhecimento internacional.

“O que dá para pensar o patrimônio como eixo de desenvolvimento local, impulsionando ações de políticas públicas, com benefícios à comunidade da região, como o turismo cultural”, diz Sônia.

História

Segundo o Iphan, o Forte tem um perímetro de mais de 900 metros e é uma das maiores obras edificadas pela engenharia militar portuguesa no Brasil Colonial. Ele foi feito de forma estratégica na região, para a defesa das fronteiras entre o Brasil e a Bolívia, disputadas por Espanha e Portugal, durante o período do Brasil Colonial, no século XVII.

O Forte ficou abandonado por décadas. Conforme o Iphan, a princípio foi feito um “fortim” cercado por paliçada, recebendo o nome de Nossa Senhora da Conceição, sendo substituído posteriormente pelo Forte Bragança, atualmente em ruínas.

No ano de 1776, por causa da necessidade de uma fortificação mais sólida e em terreno de melhor condição, foram iniciadas as obras do novo Forte, inaugurado em 1783.

Diante da importante construção, uma unidade do Exército foi implantada no local. Tombado pelo Iphan, em 1950, o Real Forte Príncipe da Beira é de propriedade do Exército Brasileiro.

Segundo o Iphan, desde 1930 está sob a guarda do 17º Pelotão de Fuzileiros de Selva Destacado.

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